Gabapentina para cães (resposta veterinária): usa & possíveis efeitos colaterais

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Gabapentina para cães (resposta veterinária): usa & possíveis efeitos colaterais
Gabapentina para cães (resposta veterinária): usa & possíveis efeitos colaterais
Anonim

Gabapentina é um anticonvulsivante aprovado pela FDA em humanos para o tratamento de convulsões, dores nervosas e síndrome das pernas inquietas. Seu uso em cães é extra-rótulo (ou seja, usar um medicamento de maneira diferente da indicada no rótulo), mas está se tornando mais comumente utilizado como anticonvulsivante, analgésico e ansiolítico em nossos companheiros caninos.

Com o aumento do uso, é essencial não apenas entender quando a gabapentina pode ser útil, mas também estar ciente dos possíveis efeitos colaterais que precisam ser monitorados, bem como das situações em que o medicamento é contraindicado.

O que é Gabapentina?

A marca mais comum sob a qual a gabapentina é vendida é Neurontin®. Outros exemplos incluem Aclonium®, Gantin® e Progresse®. Na medicina veterinária, a gabapentina tem sido utilizada como analgésico para o controle de vários tipos de dor, para sedação pré-clínica e como anticonvulsivante.

As propriedades analgésicas da gabapentina são benéficas no controle da dor neuropática, dor irruptiva (também conhecida como dor mal-adaptativa ou estado de dor crônica), dor oncológica e osteoartrite. A dor neuropática (ou nervosa) origina-se de uma lesão do sistema nervoso central ou periférico. Embora a gabapentina possa ser usada como analgésico, não se deve confiar nela para controlar a dor em um cenário agudo, por exemplo, com dor pós-operatória aguda. A razão é que tal dor decorre de processos inflamatórios para os quais a gabapentina é ineficaz.

Gabapentina pode ser útil para sedação pré-clínica, isoladamente ou em combinação com outros ansiolíticos ou sedativos. Pode ajudar a reduzir a ansiedade e os comportamentos agressivos baseados no medo em cães propensos à agressão durante as visitas à clínica veterinária.

Embora não seja considerado um anticonvulsivante de primeira linha em cães, pode ser útil em casos de convulsões refratárias quando não respondem a tratamentos mais tradicionais.

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Como se Administra Gabapentina?

A gabapentina está disponível em várias formulações, nomeadamente cápsulas, comprimidos (incluindo libertação prolongada) e solução oral, todas administradas por via oral. A droga pode ser administrada com ou sem alimentos. Mais recentemente, um gel transdérmico composto também se tornou disponível.

A dosagem na qual a gabapentina é administrada depende do efeito clínico desejado e de qual condição está sendo tratada. No tratamento da dor neuropática, uma dose típica começa em torno de 10 mg/kg, administrados por via oral a cada 8 horas. Essa administração frequente é necessária porque não só a gabapentina é rapidamente absorvida, mas também é rapidamente eliminada do corpo. Ajuda a manter as concentrações plasmáticas alvo mínimas e é crucial ao tentar obter controle sobre os sinais clínicos.

Além disso, dada a rápida absorção e eliminação, não é recomendado o uso de gabapentina quando necessário. Isso não resultaria em concentrações plasmáticas adequadas da droga; portanto, não seria eficaz, mas ainda pode causar efeitos colaterais.

A utilização de gabapentina para sedação pré-clínica requer uma dosagem mais alta, em torno de 20–25 mg/kg, administrada na noite anterior à consulta agendada e, em seguida, uma dose repetida pelo menos 1–2 horas antes da consulta. O uso de uma dose tão alta torna a sedação mais provável (geralmente observada ao administrar mais de 20 mg/kg).

Suponha que haja uma preocupação significativa com possíveis efeitos colaterais. Nesse caso, o veterinário assistente pode recomendar começar com uma dose ainda menor e aumentar lentamente a titulação, aumentando a quantidade a cada 2 a 3 dias até atingir uma dose analgésica estabelecida. Essa titulação permite que o paciente se adapte e pode limitar os efeitos colaterais.

O que acontece se você perder uma dose?

A resposta a esta pergunta depende muito de para que a gabapentina está sendo usada - manejo da dor neuropática versus sedação pré-clínica. Omitir uma dose como parte da sedação pré-clínica provavelmente resultará em menos ou pior controle da ansiedade associada a uma visita veterinária.

Ao perder uma dose para um cão sendo tratado de dor neuropática, o cão pode demonstrar uma aparente recidiva dos sinais clínicos. No entanto, dado que tais casos são muitas vezes tratados com vários analgésicos diferentes, isso pode não ser perceptível. E desde que não seja esquecida mais de uma dose, o cão deve continuar bem controlado como antes com a retomada da dosagem regular.

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Potenciais efeitos colaterais da gabapentina

Os efeitos colaterais mais relatados descritos por proprietários que administram gabapentina a seus cães são sedação e ataxia (perda de coordenação). A sedação é tipicamente transitória, com tais efeitos diminuindo com o tempo.

Vários outros efeitos colaterais, variando de comuns a raros, foram descritos em humanos, incluindo problemas respiratórios, incontinência urinária, visão turva, fezes soltas e tremores.

Combinações Comuns de Medicamentos

A gabapentina é frequentemente combinada com analgésicos, como opioides e antiinflamatórios, como antiinflamatórios não esteróides (AINEs) para ajudar a aliviar a dor em cães. Muitas dessas combinações são eficazes para melhorar o controle da dor.

Gabapentina é sinérgica com AINEs (por exemplo, carprofeno), o que significa que o uso dos dois medicamentos em combinação pode aumentar os efeitos do outro e, assim, reduzir a dosagem necessária para alcançar os resultados desejados. Uma dosagem reduzida também pode se traduzir em uma probabilidade reduzida de efeitos colaterais.

Outra combinação comum é o uso de gabapentina com trazodona. Esse emparelhamento é seguro e útil, principalmente em pacientes com ansiedade significativa que requerem maior suporte antes de uma visita veterinária agendada.

Não é recomendado combinar gabapentina com óleo de CBD, pois esse medicamento já pode causar sedação, que seria exacerbada pelo uso com gabapentina.

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Perguntas Frequentes (FAQs)

É seguro usar todas as formulações de gabapentina em cães?

Não. A solução oral de gabapentina contém xilitol, que é tóxico para cães e não deve ser usado. Também não há pesquisas atuais para apoiar o uso de comprimidos de liberação prolongada em cães. São necessários estudos para avaliar a eficácia destes em cães e o potencial de efeitos colaterais.

Quando é Contraindicado o Uso de Gabapentina em Cães?

Como a gabapentina é predominantemente excretada pelos rins, cães com doença renal não devem ser tratados com gabapentina. Esses pacientes podem apresentar metabolismo alterado do medicamento e, como resultado, aumento dos efeitos colaterais (por exemplo, sedação e pressão arterial baixa).

Outra contra-indicação em potencial são cães com fraqueza na extremidade pélvica. Como a gabapentina é conhecida por causar ataxia, o uso dessa droga em tais animais não apenas exacerbará seus sinais clínicos já existentes, mas também poderá diminuir sua capacidade de deambular sem assistência.

Por fim, como a gabapentina também sofre algum metabolismo hepático, ela deve ser usada com cautela em cães com doença hepática.

Qual é o analgésico mais eficaz em cães - gabapentina ou tramadol?

Pesquisas recentes sugerem que o tramadol é ineficaz no controle da dor associada à osteoartrite em cães. Assim, a gabapentina parece ser a melhor escolha, particularmente em um cão com osteoartrite que tem um componente de dor neuropática.

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Conclusão

Embora a gabapentina esteja se tornando cada vez mais popular na medicina veterinária, é crucial entender para que ela pode ser usada e quando deve ser evitada. Seus usos incluem analgesia (com tipos específicos de dor), sedação pré-clínica e terapia anticonvulsivante.

Deve ser evitado em cães com doença renal subjacente, onde o metabolismo e a excreção de drogas seriam prejudicados e os efeitos colaterais seriam mais prováveis. A gabapentina não deve ser utilizada para tratar a dor aguda pós-operatória, pois é ineficaz no controle da inflamação. Além disso, use com cautela em cães com doença hepática.

Os efeitos colaterais geralmente incluem sedação e perda de coordenação. Estes podem ser minimizados começando com uma dose mais baixa e aumentando lentamente para permitir que o cão se adapte à medicação.

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